Saiba como a Resolução CMN n° 4.966 pode impactar também o mercado de crédito para correspondentes bancários.
O mercado de crédito está passando por mudanças significativas, e a Resolução CMN nº 4.966, que entrará em vigor em 2025, traz novas diretrizes que impactam diretamente as instituições financeiras e, indiretamente, correspondentes bancários, especialmente aqueles focados em operações de crédito.
O que é a Resolução 4.966?
Aprovada em novembro de 2021, a Resolução CMN 4.966 visa modernizar a contabilidade das instituições financeiras brasileiras, alinhando suas práticas com as normas internacionais, como a IFRS 9.
Ela introduz mudanças na forma como ativos financeiros são classificados e mensurados, e destaca a Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD), que agora passa a adotar uma abordagem mais preventiva, considerando perdas esperadas.
Essas alterações não afetam apenas bancos e financeiras. Correspondentes bancários, que atuam como intermediários essenciais no mercado de crédito, também serão impactados.
Com a mudança no cálculo de provisões e a necessidade de mensurar riscos de forma mais precisa, o processo de concessão de crédito se torna mais complexo — e é aqui que os correspondentes bancários precisam estar preparados.
Principais Pontos da Resolução que Afetam o Correspondente Bancário
- Classificação e Mensuração de Ativos: Com a nova resolução, as instituições financeiras precisarão revisar como classificam e mensuram seus ativos. Para o correspondente bancário, que auxilia na prospecção de clientes, essa mudança pode representar uma oportunidade de fornecer dados e perfis de clientes mais robustos e ajustados ao novo critério de mensuração de risco.
- Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD): Ao adotar o modelo de perdas esperadas, as instituições financeiras precisarão projetar os riscos de inadimplência de forma antecipada. Isso significa que as propostas de crédito devem ser ainda mais bem estruturadas desde o início. Correspondentes que conseguirem fornecer dados mais precisos terão um papel fundamental no sucesso das operações de crédito.
- Três Estágios de Risco: Os ativos financeiros serão divididos em três estágios de risco, sendo que o estágio 3 representa aqueles considerados problemáticos. Correspondentes que conhecem bem seu público e conseguem alinhar as propostas de crédito às necessidades dos clientes poderão atuar como importantes aliados das instituições financeiras, minimizando o risco de inadimplência.
Desafios e Oportunidades para o Correspondente Bancário
A implementação dessa resolução requer ajustes em sistemas, metodologias e na forma de trabalhar. No entanto, para os correspondentes bancários, essas mudanças trazem oportunidades de se diferenciar no mercado:
- Capacitação e Conformidade: O correspondente bancário que se manter atualizado e oferecer um serviço diferenciado, com maior conformidade às novas normas, será um parceiro mais valioso para as instituições financeiras.
- Desenvolvimento de Modelos: Ao trabalhar com as novas exigências da Resolução 4.966, será essencial que correspondentes conheçam os novos modelos de mensuração de risco. Aqueles que adotarem estratégias mais proativas poderão agregar ainda mais valor à sua função.
- Transparência e Parceria: Com maior transparência exigida nas demonstrações financeiras, correspondentes bancários que busquem manter uma relação clara e de confiança com seus parceiros poderão crescer junto com as instituições que enfrentam esses desafios.
Como se preparar para a Resolução CMN n° 4.966?
O mercado de crédito, especialmente para correspondentes bancários, está em transformação. A Resolução 4.966 representa não só um desafio de adaptação para as instituições financeiras, mas também uma oportunidade para aqueles que souberem aproveitar a mudança.
Capacitação e alinhamento com as novas exigências de mensuração e risco serão chave para continuar atuando de forma competitiva no mercado.
Sua instituição já está se preparando para essas mudanças? Este é o momento ideal para revisar processos, adaptar estratégias e se posicionar como um parceiro de confiança das instituições financeiras.