O que é SCD (Sociedade de Crédito Direto)?

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Afinal, o que é SCD (Sociedade de Crédito Direto)?

A digitalização do mercado de crédito bancário brasileiro criou novas possibilidades para quem deseja operar sem a estrutura tradicional de uma instituição financeira.

Entre essas inovações, surgiu a SCD (Sociedade de Crédito Direto), um modelo regulatório criado pelo Banco Central para formalizar e fomentar o crédito digital no Brasil.

Mas afinal, o que exatamente é uma SCD (Sociedade de Crédito Direto)? Como ela funciona? Qual a diferença entre uma SCD e uma fintech comum? E por que esse modelo ganhou protagonismo entre empresas de tecnologia que querem oferecer crédito de forma escalável e segura?

Neste artigo, você vai entender o que é uma SCD (Sociedade de Crédito Direto), como ela funciona, quais são suas regras, benefícios e limitações, além de compreender o impacto desse modelo no avanço do crédito digital no país.

SCD SOCIEDADE DE CRÉDITO DIRETO

O surgimento da SCD no mercado de crédito bancário

A SCD foi criada a partir da Resolução CMN nº 4.656, de abril de 2018. Essa norma instituiu dois tipos específicos de instituições financeiras com foco em crédito digital: a SCD (Sociedade de Crédito Direto) e a SEP (Sociedade de Empréstimo entre Pessoas).

Ambas nasceram para atender a um mercado em expansão, até então carente de um marco regulatório específico para fintechs de crédito.

A proposta da SCD é clara: permitir que empresas de tecnologia possam atuar como instituições financeiras formais, supervisionadas pelo Banco Central, oferecendo crédito com recursos próprios por meio de plataformas 100% digitais.

Diferente de um correspondente bancário ou uma plataforma de intermediação, a SCD empresta o próprio capital, assume o risco e opera com autonomia institucional.

Como funciona uma SCD (Sociedade de Crédito Direto)?

A SCD funciona como uma instituição financeira autorizada pelo Banco Central, destinada à concessão direta de crédito, exclusivamente por meios digitais. Ela não possui agências físicas, não pode captar recursos do público e só pode operar com capital próprio.

Na prática, isso significa que a SCD precisa ter um capital social mínimo de R$ 1 milhão integralizado e manter uma estrutura robusta de governança, compliance, gestão de riscos e controles internos.

Entre as atividades permitidas, estão:

  • Concessão de empréstimos e financiamentos com recursos próprios;

  • Aquisição de direitos creditórios;

  • Atuação como correspondente bancário de outras instituições;

  • Prestação de serviços de análise de crédito, cobrança, processamento de operações, gestão de garantias e outros serviços financeiros complementares.

A operação deve ser 100% digital, desde o onboarding do cliente até a formalização contratual.

Principais vantagens do modelo SCD

O modelo SCD oferece uma série de vantagens estratégicas para quem deseja atuar com crédito digital de forma autônoma e regulada.

Entre os benefícios mais relevantes estão:

Autonomia e controle

A SCD não depende de intermediação bancária e pode operar com liberdade sobre política de crédito, produtos e canais de distribuição.

Segurança jurídica

Por ser regulada e autorizada pelo Banco Central, transmite mais credibilidade a investidores, parceiros e clientes.

Escalabilidade digital

A obrigatoriedade de operação exclusivamente digital reduz custos operacionais e amplia o alcance da atuação.

Captação por FIDCs

Embora não possa captar do público, a SCD pode vender recebíveis ou utilizar FIDCs para levantar recursos estruturados.

Integração com o ecossistema Open Finance

Como instituição digital nativa, a SCD pode se beneficiar da troca de dados para aprimorar score de crédito, segmentação e personalização de ofertas.

Limitações e obrigações da SCD

Apesar dos benefícios, a SCD tem limitações bem definidas. A principal é a proibição de captação pública de recursos. Isso significa que ela não pode receber depósitos, emitir CDBs nem atuar como banco comercial.

Todo o risco de crédito é assumido pela própria instituição, o que exige excelência nos processos de análise, estruturação de garantias e cobrança. Além disso, a SCD precisa manter uma rotina rigorosa de prestação de contas ao Banco Central, com envio periódico de informações, auditorias independentes, sistemas de prevenção à lavagem de dinheiro e atendimento à LGPD.

Quem pode abrir uma SCD e como obter a autorização

Qualquer empresa que atenda aos requisitos do Banco Central pode solicitar autorização para funcionar como SCD.

O processo exige:

  • Plano de negócios detalhado;

  • Estrutura mínima de capital (R$ 1 milhão);

  • Comprovação da origem dos recursos;

  • Apresentação de estrutura de governança e compliance;

  • Qualificação técnica dos controladores e dirigentes.

O processo de autorização pode levar entre 6 e 12 meses, e a empresa precisa estar preparada para se tornar uma instituição financeira plena, com todas as responsabilidades que isso envolve.

Quando vale a pena se transformar em uma SCD

A escolha por operar como SCD deve estar alinhada ao estágio e à estratégia da empresa. Para negócios que já possuem estrutura de capital robusta, operação madura e desejam escalar com mais autonomia e margem, a transição para o modelo SCD pode ser o próximo passo lógico.

Já para quem ainda está testando mercado ou prefere uma operação com menos risco e responsabilidade institucional, o modelo de correspondente bancário ou parceria com fintechs reguladas ainda pode ser mais viável.

O importante é entender que a SCD é um instrumento poderoso de consolidação, mas que exige estrutura, governança e planejamento sólido.

A SCD como marco da evolução no crédito bancário

A criação da SCD (Sociedade de Crédito Direto) representa um avanço importante para o setor de crédito bancário brasileiro. Ela oferece um caminho regulatório viável para empresas que querem operar com crédito de forma direta, digital, escalável e segura.

Com as recentes atualizações da Resolução CMN nº 5.237/2025, a tendência é que o modelo SCD se fortaleça ainda mais, permitindo novas formas de captação, emissão de instrumentos como LCI e COE, além de integração com estruturas de funding internacionais.

Se você atua no setor de crédito bancário, precisa entender a SCD, mesmo que não vá se transformar em uma agora. Porque ela representa o que o crédito já é hoje e o que será ainda mais amanhã.

Dúvidas comuns sobre SCD (Sociedade de Crédito Direto)

O que significa SCD no mercado de crédito?

SCD significa Sociedade de Crédito Direto. É uma instituição financeira regulada pelo Banco Central, autorizada a conceder crédito com recursos próprios, exclusivamente por canais digitais.

Qual a diferença entre SCD e correspondente bancário?

O correspondente bancário intermedeia produtos de crédito de terceiros. Já a SCD concede crédito diretamente ao cliente, com capital próprio e autonomia operacional.

Quanto custa abrir uma SCD?

O capital social mínimo exigido é de R$ 1 milhão integralizado. Além disso, há custos jurídicos, consultorias regulatórias, estrutura técnica, e despesas com sistemas e pessoal especializado.

SCD pode captar recursos do público?

Não. A SCD está proibida de captar recursos do público, como depósitos ou CDBs. Pode, no entanto, levantar recursos via investidores privados, FIDCs e instrumentos estruturados.

SCD é considerada uma fintech?

Sim. A SCD é uma fintech de crédito que atua como instituição financeira plena, com regulação própria e supervisão do Banco Central.

Quanto tempo leva para obter autorização do Banco Central para ser uma SCD?

Em média, entre 6 e 12 meses, dependendo da qualidade da documentação, da estrutura proposta e do grau de complexidade societária da empresa.


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Rosa Oliveira
CEO & Gerente de Projetos Digitais da Viver de Crédito®

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