Conheça os 5 Cs do Crédito e entenda a análise de crédito é feita.
Você sabe quais são os critérios básicos considerados em uma análise de crédito? Neste artigo, vamos discutir os 5 Cs do crédito, que são os cinco fatores principais que os credores consideram ao decidir se concedem ou não um empréstimo.
Neste artigo, eu mostro os 5 Cs do Crédito, o que cada C representa e como é feita uma análise de crédito.
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Como é feita a análise de crédito: finalidade e aplicação dos 5 Cs do Crédito
Obviamente, que enquanto instituições financeiras, bancos, financeiras e fintechs intermediam recursos e querem intermediar o máximo de operações de crédito possíveis, afinal, este é o seu mercado.
Porém, alguns critérios precisam ser observados e estão ligados ao risco que disponibilizar um crédito poderá representar em termos de retorno financeiro para estas instituições.
Tudo começa pela finalidade e uso do crédito solicitado. Porém, a forma como é feita a análise de crédito, tem início pelos 5 Cs do Crédito.
Atualmente com a incorporação do uso de dados (Big Data), inteligência artificial e outros recursos, as instituições financeiras possuem outras fontes para considerar e enriquecer a análise de crédito.
O tomador de crédito poderá definir previamente o valor que necessita e onde o recurso será utilizado.
Ele pode ser usado para pagar dívidas, capital de giro, abrir um novo negócio, inovar ou expandir uma empresa, fazer uma viagem, adquirir um imóvel, entre outras finalidades.
Evidentemente que o valor pretendido, nem sempre corresponde ao valor aprovado, considerando os 5 Cs do Crédito quando uma proposta é analisada e é quando o “filtro” de critérios se inicia.
1. CARÁTER
O primeiro entre os 5 Cs do Crédito é o caráter. Trata-se do histórico financeiro. Quando falamos em histórico, estamos falando de toda a vida do CNPJ e/ou do CPF da pessoa física ao longo do tempo.
Se no passado, o tomador de crédito esteve inadimplente, se não conseguiu honrar uma dívida ou negociou “a menor”, terá um problema com relação à análise de crédito.
Logo, o primeiro critério é o histórico do tomador de crédito, que é ter o “nome limpo”, o nome desembaraçado, como chamamos no linguajar do crédito.
Por isso, é muito importante que se faça um planejamento antes de pedir um crédito, o que inclui deixar a situação cadastral totalmente apta para ser aprovada.
Solicitar um crédito sem preparação e reparação do histórico financeiro, poderá resultar em recusa automática da proposta.
Por exemplo:
Se num passado bem distante o tomador adquiriu uma dívida no sistema financeiro, seja em lojas de varejo, como Casas Bahia, seja no banco onde possui conta ou em uma financeira, e não conseguiu quitá-la, depois de cinco anos aquela dívida foi prescrita e o nome foi retirado dos bureaus de crédito, como SCPC e Serasa e o tomador ficou com o “nome limpo”, certo?
Com este histórico é possível conseguir um crédito?
Depende. Se for na própria instituição em que não conseguiu quitar o débito, ou, que fez um acordo e quitou “a menor”, o crédito será negado.
Automaticamente, quando se negocia “a menor” ou uma dívida é prescrita, a restrição interna permanece.
“Quitar a menor” é quando uma dívida maior, com muito tempo em atraso no pagamento é negociada, por uma oferta menor, em comum acordo com o credor.
Você fica com o nome limpo, mas fica com restrição naquela instituição, até quitar integralmente a dívida.
Para quitar dívidas antigas e limpar restrições internas, o credor corrige com a taxa de juros referencial até o dia da quitação, o valor integral.
Portanto, é preciso coragem e dinheiro sobrando para quem deseja rever e sanar dívidas antigas.
Mas, se solicitar o crédito em outra instituição e o nome estiver “limpo”, provavelmente será aprovado.
Dessa forma, o primeiro critério de como é feita a análise de crédito é este: estar com o nome desembaraçado, tanto o CPF dos sócios, quanto o CNPJ do negócio.
Para verificar se o nome está sujo ou limpo, o empreendedor pode pesquisar:
- No site do SERASA;
- No site da Associação Comercial de sua cidade;
- No CADIN, que é o cadastro informativo de créditos não quitados do setor público federal;
- SINAD / Cadastro Positivo Nacional, que é o sistema de inadimplentes da Caixa.
Vale destacar que mesmo com o nome sujo é possível acessar linhas de crédito em algumas instituições financeiras, apesar de não estar disponível em todos os bancos e instituições, alguns concedem sob algumas condições, geralmente com taxas e garantias maiores.
2) CAPACIDADE
O segundo dos 5 Cs do Crédito que abordaremos neste artigo, chama-se capacidade de pagamento.
O banco tem e quer emprestar recursos, houve anos em que sobraram bilhões, que voltaram para o Tesouro Nacional, porque não tinham pessoas capacitadas a buscar o crédito, ou seja, há muito recurso disponível para emprestar.
Mas o que que o banco espera?
Emprestar um recurso economicamente viável, que gere emprego, gere lucro e ajude a movimentar a economia.
Um recurso emprestado com retorno deficitário, cujo fluxo de caixa apresenta resultado negativo, dificilmente vai ser aprovado, há chances mínimas de aprovação de um crédito, se o perfil apresentar situação de prejuízo.
Nestes casos, ou se corrige o fluxo financeiro antes de entrar com a proposta ou deve-se buscar outra alternativa para captar recursos.
Portanto, o segundo critério, a capacidade de pagamento, é o ponto mais importante de como é feita a análise de crédito, ou seja, a comprovação pelo solicitante de que poderá pagar as parcelas, sem risco ao banco.
Evidente que se o tomador tiver problema de restrição no nome, é provável que a análise seja comprometida antes mesmo da capacidade de pagamento ser considerada, mas o critério de análise, onde o banco decide se emprestará o recurso, chama-se capacidade de pagamento.
Algumas formas de comprovar renda: fatura de cartão de crédito, pró-labore de sócio, imposto de renda, extratos bancários, relatórios de parcerias, DECORE e DRE.
3) CAPITAL
O terceiro dos 5 Cs do crédito é o Capital, a situação patrimonial do tomador.
E o que é isto, sob o ponto de vista bancário?
São todas as informações relacionadas ao patrimônio do tomador, e no caso de pessoa jurídica, dos sócios e da empresa.
O documento oficial para demonstrar o capital é o imposto de renda.
Para empresas, o Balanço Patrimonial também poderá ser solicitado.
4) COLATERAL
O quarto critério entre os 5Cs do Crédito é o colateral, que são as garantias.
E, é possível obter crédito sem garantias?
Sim, é possível, desde que se observe alguns aspectos.
Não ter garantias e conseguir crédito é possível quando o recurso disponibilizado é utilizado na aquisição de imóveis, máquinas, equipamentos ou veículo, por exemplo, quando o próprio bem financiado fica em garantia do crédito.
Por exemplo:
Um empreendedor que queira montar uma confecção própria e vender as roupas produzidas em sua loja, e neste negócio, com as máquinas de costura, reforma, etc, o crédito solicitado fique em torno de 15 mil reais, e o mesmo não tenha nenhuma garantia, o que que vai viabilizar esse crédito para ele?
Digamos que ele fez o planejamento para chegar a estes R$ 15 mil e dentro deste orçamento, em torno de R$ 10 mil será investido em máquinas. As máquinas passam a ser parte da garantia.
Evidentemente, que há uma depreciação a ser considerada, ou seja, vamos entender que fique R$ 7 mil de garantia, o risco da operação diminui bastante, e com isso aumenta a chance da proposta ser aprovada.
Logo, de R$ 15 mil projetado para o negócio, o empreendedor conseguiu boa parte do valor pretendido, usando as próprias máquinas como garantia.
E o restante, os outros R$ 5 mil? O tomador pode recorrer a outra instituição, apresentar um avalista com um bom perfil de crédito ou recorrer a fundos de cooperativas, por exemplo.
>> Leia também: O que é Spread bancário
5) CENÁRIO ECONÔMICO
O quinto critério dos 5 Cs do Crédito é o cenário econômico. Dessa forma, dois pontos devem ser considerados: tanto a renda do tomador ou da empresa tomadora tem que estar aquecida, ou seja, deve haver estabilidade, demanda, o cenário econômico tem que estar favorável.
Um país em crise não empresta recursos ou os recursos se tornam mais escassos.
Por exemplo:
Um empreendedor deseja montar uma lan house. Há uns anos, esse era um negócio muito interessante, já que nem todos tinham computadores em casa com acesso à Internet, mas hoje, no cenário atual, este negócio tornou-se quase obsoleto, exceto se houver outra atividade econômica atrelada.
Também as locadoras de vídeos. No passado foram um excelente negócio, mas hoje, salvo gostos de colecionadores, esse tipo de negócio não faz parte da lista de negócios com boas perspectivas de mercado.
Nestes cenários dificilmente um banco disponibilizará recursos, já que a chance do negócio fechar antes do primeiro ano é muito grande.
Neste caso, os bancos possuem um Estudo Setorial das atividades, logo, tem amplo conhecimento de todos os segmentos e especialidades comerciais.
Dicas na hora de pré-avaliar uma proposta
Sempre esteja atualizado quanto à legislação, com relação aos critérios de risco e dos 5 Cs do Crédito.
Perceba que cada tomador, cada cliente, tem uma realidade e uma necessidade diferente, portanto, escolha a instituição que melhor se adeque para a realidade deste cliente.
Um banco pode ter juros mais baixos, mas não aceitar aquele perfil. Tudo depende de como é feita a análise de crédito.
Portanto, não existe uma única resposta para a pergunta: qual a melhor instituição financeira ou alternativa para se tomar crédito?
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Um forte abraço.
Rosa Oliveira